Uma nota sobre servir (extraído de um texto de um irmão do século 19)




Um grande princípio em todo serviço cristão verdadeiro é a consciência de ser sustentado por Deus. Foi assim com o Servo perfeito, nosso Senhor Jesus Cristo. A grande característica em Seu serviço foi que Ele nunca agiu por Si mesmo: "Por mim mesmo, nada posso fazer; conforme ouço, assim julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco agradar a meu próprio desejo, mas satisfazer a vontade do Pai que me enviou". Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou. No momento em que um servo age de forma independente, ele age por si mesmo e fora do caráter de Deus.


Há um grande perigo de confundirmos a intensa atividade que nos rodeia nos dias de hoje com o verdadeiro serviço a Deus. Acredito que Deus mostra claramente o que a compreensão e o poder naturais do homem podem efetuar e o que o poder e a sabedoria do Espírito Santo podem efetuar. Como cristãos deveríamos seguir com “o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Isaías 11:2).


Paulo teve a “carne” esmagada no início da sua jornada, esmagada novamente depois de ter sido elevado ao terceiro céu e esmagada até o fim. Ele nunca serviu na energia da carne, mas como alguém que sabia que deveria perseverar até o fim.


Quantas vezes um cristão pensa: “Vou falar aos outros sobre o amor do Senhor e eles irão acreditar em mim”; ou: 'Direi aos meus irmãos em Cristo sobre a segurança da Igreja, a certeza da salvação, sobre a vinda do Senhor, sobre o chamado celestial dos santos e outras verdades, e eles receberão essa mensagem”. Mas não! Precisamos aprender que não podemos ter objetivos assim diante de nós. Onde existe uma missão seguramente dada por Deus, não há lugar para pensamento próprio, sempre existe a mais profunda humildade. Paulo, ao falar de seu árduo serviço, diz: “trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1 Coríntios 15:10).


A preparação para o serviço ativo está em uma relação em segredo com Deus, aprendemos o que fazer em comunhão com Ele. É nesse estado que a batalha realmente acontece. O poder para servir ativamente não é adquirido servido ativamente, mas em uma relação secreta com Deus.


Tudo o que fazemos no serviço devemos fazer como adoradores. Nosso serviço será então realizado com plena responsabilidade para com Deus e trará bênçãos para outras e para nossas próprias almas.


Acredito que os santos muitas vezes pensam que é fácil servir a Deus. Mas não, é difícil servi-Lo em espírito e em verdade. Servir a Deus no sentido de não sermos nada, e Ele ser tudo, é algo difícil. A função do servo de Deus é esconder-se e deixar Deus aparecer. Assim foi com O servo perfeito. A conquista mais esplêndida sem isso não é serviço.


Haveria um serviço muito mais proveitoso, feliz e útil se víssemos mais seguindo a ordem de Deus. Se deleitar em servir ativamente; mas conectado com estar em segredo com Deus e ver Seu propósito em relação à Igreja e aos Seus assuntos. Assim, deveríamos servir com alegria e santidade, não como se Deus precisasse do nosso serviço, mas desejando glorificá-Lo em nossos corpos e espíritos, que são Seus.


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